quinta-feira, 20 de setembro de 2012

CIDADE: Após nova pintura, muros do Cinema Petrópolis são pichados outra vez


Pintadas há menos de 10 dias, as paredes do prédio do antigo Cinema Petrópolis foram alvo da ação de vândalos, que já começaram a fazer as pichações nas paredes dos fundos do imóvel. A ação aconteceu durante a madrugada e, apesar da grande quantidade de prédios residenciais na Rua 16 de Março, a ação não chegou a ser flagrada. Tombado pelo Instituto do Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), o prédio começou a ser reformado há pouco mais de três meses. As intervenções começaram a ser feitas depois de mais de 16 anos de fechamento do cinema. As obras começaram pela parte mais importante: a reforma no telhado, para resolver um antigo problema de infiltração no imóvel. A pintura da fachada do prédio também foi feita dentro da primeira etapa. Os dois pontos fazem parte da primeira etapa de uma série de intervenções previstas em um projeto já apresentado ao Inepac.
As obras começaram por conta da atuação do Inepac em conjunto com o Ministério Público Estadual. O prédio é tombado por dentro e por fora pelo Inepac e fica na área de entorno de bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As melhorias começaram mais de um ano após denúncias publicadas pela Tribuna sobre o estado de abandono do prédio. No início de 2011, o cinema tinha buracos no telhado e exibia mofo e infiltrações na parte exterior.
O projeto para reforma foi submetido à avaliação do Inepac e aprovado pela entidade. As intervenções são parte de um projeto de restauração do prédio apresentado em 2008, que prevê também a restauração da parte interna do prédio em uma segunda etapa de obras. O prédio foi comprado pela Igreja Pentecostal Deus é Amor, em 1999 – três anos depois do cinema ter sido desativado. Em novembro do ano passado, a igreja deixou o prédio, que ficou  fechado.
A falta de cuidado durante anos com o prédio – que é um dos imóveis de maior valor arquitetônico da Rua do Imperador – foi criticada por parte de entidades que defendem a preservação do patrimônio. A preocupação manifestada pelas entidades na ocasião era de que as poltronas e demais elementos da parte interna do prédio – também tombados – fossem danificados por conta das infiltrações.
Na ocasião em que o cinema foi vendido, o Instituto Civis chegou a  questionar a permissão do Inepac para realização de cultos evangélicos naquele imóvel. Em resposta, o Inepac enviou um ofício à entidade esclarecendo que “a decisão de não se opor à realização de cultos no imóvel desde que sejam integralmente preservados todos os elementos arquitetônicos, internos e externos protegidos pelo tombamento definitivo”.
O Cinema Petrópolis funcionou por 52 anos naquele local. A tela do cinema ,  inaugurado em quatro de abril de 1944, com a avant-première O Fantasma da Ópera , foi definitivamente  apagada no dia 21 de abril de 1996, após a exibição do filme Coração Valente.
Antes de ser reformadom o prédio  do antigo cinema chegou a ser colocado à venda por R$ 8 milhões. Uma grande empresa de roupas teria chegado a apresentar um proposta de compra, mas o projeto não teria sido aprovado pelos órgãos de preservação pois descaracterizava a parte interna do prédio, que não pode ser modificada por conta do tombamento.
SindVigPetrópolis
Fonte: Jaqueline Ribeiro - Redação Tribuna

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