Os seguranças que trabalharão
dentro dos estádios da Copa de 2014 terão treinamento para lidar com situações
de racismo, xenofobia e problemas com hooligans.
Esses são alguns tópicos que a
Polícia Federal estuda exigir dos agentes privados que atuarão no Mundial.
Eles serão responsáveis pelo
esquema de segurança no interior das arenas, sob o comando da Fifa. A
estimativa é de que 25 mil agentes atuem dentro dos estádios.
As polícias brasileiras e outras
corporações concentrarão esforços na segurança fora dos campos de jogo -só
poderão intervir nas arenas caso entendam que a segurança não está garantida ou
se a Fifa pedir apoio.
Mesmo sendo privada, a segurança
nos estádios vai ser regulamentada pela Polícia Federal. A Folha teve acesso à
minuta da portaria que vai regulamentar essa atividade e que valerá para o
Mundial em 2014.
Pelo documento, os vigilantes que
atuarão em grandes eventos deverão passar por curso de especialização.
A ideia é que sejam treinados
para evitar tumultos nas torcidas, que, por reunirem pessoas de 32 países, são
muito diferentes daquelas que acompanham um tradicional clássico do futebol
brasileiro. Para isso, os agentes deverão identificar a "psicologia
básica" a ser usada para controlar multidões, além de aprender técnicas de
imobilização e uso progressivo da força.
Outro ponto é evitar problemas
com racismo, homofobia e xenofobia entre os torcedores -haverá concentração de
espectadores de diferentes países e etnias.
Haverá ainda uma discussão
específica sobre hooligans, uma das das preocupações da Polícia Federal.
O curso deverá ter 50 horas e, no
mínimo, cinco dias de aulas. Pela portaria, os grandes eventos serão aqueles
para acima de 3.000 pessoas.
Assim, o documento abre brecha
para que a segurança privada atue não só nos jogos da Copa, mas também nas
"Fan Fest" feitas pela Fifa.
HISTÓRICO
A segurança privada gerou
problema nas últimas edições da Copa e da Olimpíada.
Em Londres-12, militares foram
convocados às vésperas dos Jogos porque a empresa contratada para preparar os
agentes não conseguiu treinar os 13.700 trabalhadores. Na Copa-10, na África do
Sul, a polícia local assumiu a segurança após agentes privados entrarem em
greve.
Fonte: Folha de S.Paulo
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