terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Novo curso forma vigilantes mais preparados


Desde o dia 14 de janeiro entrou em vigor uma nova portaria da Polícia Federal que trouxe mudanças para o setor da segurança privada no País. Entre as principais mudanças estabelecidas estão o aumento da carga horária dos cursos de formação de vigilantes e reciclagem, e a criação do Curso de Extensão para grandes eventos. Apesar das mudanças visarem os grandes eventos que estão para ocorrer no Brasil como a Copa do Mundo, em 2014 e as Olimpíadas, em 2016, as determinações são válidas para todo o País, mesmo nas cidades que não irão sediar estes eventos esportivos.

A portaria 3.233/2012 estabelece um novo padrão para os cursos de formação da classe e determina a devida qualificação dos profissionais da área pelas empresas no prazo de 180 dias.

Segundo a portaria, o curso de extensão de segurança para grandes eventos pode ser feito após a conclusão do curso básico. A diretora do PCT - Centro de Treinamentos, Josiele Fernandes, explica que esse curso básico passará de 160 para 200 horas e o de reciclagem obrigatório a cada dois anos, de 30 para 50 horas. São considerados pela portaria grandes eventos, aqueles que reunirem 3 mil ou mais pessoas. Antes dessa norma, algumas empresas costumavam pegar qualquer um para fazer esse tipo de trabalho, mas agora terão que contratar profissionais devidamente formados, afirma. Na região de Londrina, estima-se que 2,5 mil profissionais desempenhem a atividade de preservar o patrimônio privado, transporte de valores e segurança pessoal, entre outras.

Ela informa que a fiscalização de eventos de grande porte continuará sob a responsabilidade do Departamento de Polícia Federal (DPF). As empresas terão que enviar com antecedência mínima de 48 horas uma documentação com informações sobre o tipo de evento, local, horário, público estimado bem a relação com nomes e o número de registro dos profissionais que irão atuar na segurança. Isso facilitará para que só trabalhem ali profissionais com a formação adequada, diz.

O presidente do Sindicato dos Vigilantes de Londrina e Região (SindVigilantes), Orlando Luiz de Freitas, diz que as horas a mais na sala de aula fará diferença. Mas ele pondera que tanto a classe quanto as empresas vão precisar entrar em acordo para capacitar quem já está no mercado. Com mais horas aula, tanto na formação quanto na reciclagem, e mais a extensão, o vigilante terá que ficar mais tempo estudando e os gastos provavelmente serão maiores. As empresas terão que auxiliar para que os profissionais possam alcançar esse padrão de formação, afirma.

Freitas vê com bons olhos a inclusão do curso específico para atuação em grandes eventos para vigilantes no País, como ordena a portaria publicada em dezembro. Segundo ele, hoje muitas empresas clandestinas têm contratado profissionais sem formação básica para atuar em grandes eventos. A esperança é que, com a nova norma e a fiscalização ostensiva da Polícia Federal, esse problema possa ser solucionado, projeta.
Exigências

Para exercer a profissão, o interessado precisa ser brasileiro, ter idade mínima de 21 anos, quarta série concluída, aprovação nos testes de avaliação física e no psicotécnico, curso, básico de formação para segurança em uma escola credenciada pelo DPF, não possuir antecedentes criminais e estar em dia com a justiça eleitoral. Depois de formado, o profissional necessita fazer as extensões, entre elas estão as de transporte de valores (50 horas), escolta armada (50 horas), segurança (50 horas), pessoal (40 horas), e, a partir de agora, grandes eventos.

Um curso de formação pode custar em média entre R$ 1 mil e 1,4 mil. O piso na categoria, para 44 horas semanais no Paraná, incluindo o benefício risco de vida, chega a R$ 1.320, valor que pode ser reajustado a partir de 1º de fevereiro, data base da categoria.

A portaria pode ser encontrada na íntegra no site da Polícia Federal: www.dpf.gov.br

Fonte: Folha de Londrina

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