A assembleia do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviário de Petrópolis decidiu pela paralisação dos ônibus a partir das 00h desta quinta-feira. A categoria, composta por cerca de 2.200 profissionais, reivindica aumenta de 15% nos salários, cesta básica de R$ 200, e carga horária de trabalho igualada a do Rio de Janeiro, de 6h diárias. Segundo os rodoviários, o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Petrópolis, o Setranspetro, ofereceu reajuste de 2%. Ainda não há previsão quanto a normalização dos serviços de ônibus, que, até segunda ordem, ficarão suspensos.
A assembleia começou por volta das 16h e reuniu, pelo menos, 300 rodoviários na sede do sindicato. Com apito, nariz de palhaço e buzina, os trabalhadores gritavam sobre a falta de respeito do patronal com a categoria e anunciavam a paralisação, caso não houvesse uma contraproposta do Setranspetro. A adesão dos rodoviários no local foi unanime.
“Nossos salários já estavam defasados e estamos reunidos aqui para fazer valer nossos direitos. O Setranspetro ofereceu reajuste de apenas 2% para a categoria e isso é uma falta de respeito com a nossa classe”, informou o presidente dos rodoviários, Paulo Pacheco.
Decida à greve, pelo menos 200 rodoviários saíram da sede do sindicato, localizado à Rua Souza Franco 121, e marcharam em passeata ao Terminal Rodoviário Imperatriz Leopoldina, onde, por alguns minutos impediram a passagem dos ônibus. Em seguida, entraram no local para informar aos passageiros e demais profissionais da categoria, sobre a decisão do sindicato.
“Eu acho ruim porque não vai ter ônibus, mas é um absurdo a falta de respeito com os profissionais. Eles têm uma carga muito grande de responsabilidade e merecem ser remunerados de maneira adequada por isso. Espero que consigam o aumento no salário”, disse a professora aposentada Maria Cecília Gusmão, que aguardava o ônibus para voltar para casa.
Por volta das 17h, os manifestantes seguiram pela Rua do Imperador e pararam em frente à sede do Setranspetro. No local, gritos de “Uh! Uh! Vamos parar”, “Respeito!” e “Rodoviários unidos jamais serão vencidos”, foram entoados. Nenhum representante do sindicato patronal apareceu para receber os trabalhadores da classe.
De lá, seguiram pela Rua do Imperador, impedindo a passagem de qualquer veículo e anunciando a paralisação para os logistas, motoristas e pedestres. “Amanhã você vai faturar”, informou um cobrado de ônibus que preferiu não ser identificado à um taxista.
CPI do Transporte Público foi instaurada da Câmara
Os manifestantes seguiram até a Câmara dos Vereadores, onde foram recebidos pelos representantes do poder legislativo. O vereador Meireles, que presidia a sessão ontem, encerrou as atividades para atender a classe. Pelo menos 100 rodoviários lotaram a assembleia, que contou com a presença dos vereadores Luizinho Sorriso, Silmar Fortes, Ronaldo Ramos, Roni Medeiros, Ronaldão, Vadinho, e Gilda Beatriz.
Durante o encontro, Meireles informou que uma CPI do Transporte Público foi aberta a pedido do Maurinho Branco, que preside a Comissão de Transporte - Roni Medeiros e Meireles completam o grupo.
“Não possuímos acesso nem conhecimento técnico da planilha de custos das empresas de ônibus. Estamos preparando a Comissão Parlamentar de Inquérito e contrataremos advogados, auditores fiscais e técnicos especializados para que possamos sair do achismo e tenhamos respostas efetivas para dar”, explicou Meireles.
“Viemos aqui, porque, desde o dia 1 de março, não pagam nosso dissidio e oferecem um aumento ridículo. Os motoristas recebem pouco mais de R$ 1,600 e os cobradores R$ 925. Com o lucro das empresas daria para pagar um salário bem maior que esse”, informou a comissão formada pelos rodoviários à tribuna da Câmara.
O vereador Silmar Fortes deixou claro o posicionamento da Câmara. “Estamos com vocês. A categoria tem o nosso apoio”, informou. Já Vadinho completou dizendo que enquanto a greve for pacifica, os manifestantes poderão contar com a casa.
Para a vereadora Gilda Beatriz, é uma falta de vergonha da empresa oferecer aumento de apenas 2%. “Vocês têm que lutar pelos seus direitos. Da maneira certa irão fazer a diferença para a categoria. Tem todo o apoio da Câmara”, informou.
A pedido do presidente da casa, o vereador Paulo Igor e do vereador Maurinho Branco, que não se encontravam na Câmara no momento da manifestação, ficou decidido que hoje, a partir das 10h, um grupo formado pelos rodoviários estará reunido na Câmara para tratar de assuntos relacionados à greve.
Setranspetro oferece 6% de aumento
A Tribuna de Petrópolis entrou em contato com o Setranspetro para saber se há alguma nova proposta para os rodoviários. Segundo a assessoria de imprensa do sindicato, um reajuste de 6% no aumento de todos os vencimentos será oferecido à classe, índice que está acima da inflação. Ainda segundo a assessoria, as empresas reúnem esforços para garantir a operação mínima dos ônibus, inclusive judicialmente.
Bruno Rodrigues - Redação Tribuna de Petrópolis
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