segunda-feira, 6 de junho de 2016

Piso Nacional dos Vigilantes começa a virar realidade no Senado Federal

A categoria de vigilantes do Brasil teve mais um dia histórico na sua trajetória de lutas e busca por direitos. Nesta segunda-feira (06/06), O Senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que vai apresentar ainda essa semana um Projeto de Lei do Senado que cria o Piso Nacional dos Vigilantes. Paim também presidiu a audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa que discutiu a importância da valorização salarial da categoria. O evento contou com a participação de cerca de 300 vigilantes de todos os cantos do país que ocuparam três plenários de comissões no Senado Federal.  A mesa de abertura foi composta pelo presidente do Sindicato dos Vigilantes de Niterói, São Gonçalo e região (SVNIT), Cláudio Vigilante, o presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), José Boaventura, o Senador Paulo Paim, o Deputado Distrital, Chico Vigilante e o presidente do Sindicato dos Vigilantes do Sul, Loreni dos Santos Dias. 

A audiência pública aconteceu no plenário 04-A da Ala Senador Nilo Peçanha no Senado Federal e foi requerida pelo Senador Paulo Paim a pedido da CNTV e do Deputado Distrital Chico Vigilante que relembrou o início da organização da categoria e o medo que os empresários têm da mobilização dos trabalhadores. “Não adianta os patrões virem com discurso que o piso nacional de R$ 3 mil vai desempregar o vigilante. Não é o salário nacional que demite. É a vontade dos empresários em querer o lucro fácil. Os vigilantes não são mais presas fáceis. Estamos organizados. O piso vai trazer uma valorização da categoria”, afirmou Chico Vigilante.

José Boaventura, presidente da CNTV, destacou a importância da categoria no cenário econômico nacional e lembrou outras frentes que deverão ser atacadas pela CNTV. “Hoje somos dois milhões de vigilantes registrados na Polícia Federal. Existe a necessidade de um reconhecimento salarial. Somos a categoria mais bem preparada e ficha limpa. Passamos por vários cursos, temos que apresentar atestados antecedentes e ainda fazemos uma reciclagem de dois em dois anos. Somos muito preparados para ser merecedor de um salário condizente. As empresas de segurança privada se dizem especialistas, porém, não vendem segurança, vendem apenas ‘gente’. A CNTV vai pedir à Polícia Federal que inclua nos cursos de formação uma matéria sobre Plano de Segurança, coisa que as empresas sequer tenham. Isso dará mais proteção às pessoas e a nós mesmos”, acredita Boaventura.

A luta pelo Piso Nacional dos Vigilantes de R$ 3 mil acontece desde 2013 quando a CNTV encampou a briga e lançou o projeto em todo país. No Rio de Janeiro, os Sindicatos que lutam pelo piso nacional unificado são: o Sindicato dos Vigilantes de Niterói, São Gonçalo e região, Petrópolis e região e Duque de Caxias. Em setembro de 2014, o SVNIT fez um grande lançamento da campanha na Câmara de Vereadores de Niterói com a presença de vigilantes de todo Estado. Hoje, o piso salarial médio da categoria está em R$ 1.174,00.

“Os vigilantes devem cobrar mais dos seus sindicatos a participação nessa campanha da CNTV, Federações e Sindicatos filiados. Precisamos de dirigentes sindicais corajosos. A nossa luta é verdadeira por que somos vigilantes de verdade e sabemos que um trabalhador passa em seu posto de serviço muitas vezes comendo uma marmita azeda, tomando chuva e passando frio sem nenhuma segurança. A luta será vitoriosa como foi a dos 30% de periculosidade. Não dá para aceitar que os empresários nos tratem como mercadorias”, assegura Cláudio Vigilante, presidente do SVNIT.

O Projeto de Lei no Senado

O Senador Paulo Paim recebeu dos dirigentes sindicais a indicação do projeto de lei que institui o Piso Nacional dos Vigilantes. Paim se comprometeu a apresentar a proposta ainda nesta segunda-feira para iniciar a tramitação na Casa. O PLS deverá passar por comissões e depois seguir para votação em plenário. A proposição ganhou importantes apoios de outros senadores que fizeram questão de participar da audiência pública como: Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) autora do projeto de lei que criou os 30% de periculosidade, José Medeiros (PSD-MT) e Fátima Bezerra (PT-RN).

“Nós conseguimos os 30% graças a muita mobilização. Realizamos audiências públicas por todo país e apresentamos a matéria na Câmara e no Senado. Aqui (Senado) andou mais rápido e garantimos que cada vigilante do país recebesse o adicional. Esse deve ser o mesmo caminho para garantir o Piso Nacional de R$ 3 mil”, garante Paim.

Fonte: Imprensa SindVigPetrópolis / Fotos: Willian Chaves







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