A nova determinação do Santander para rendição dos vigilantes está deixando a categoria em uma situação desumana. O banco decidiu reduzir o número de profissionais que fazem a rendição dos guardas das agências e somente um profissional pode ser substituído durante o expediente. Os demais só podem almoçar antes da abertura da agência ou depois da saída do último cliente. Além do longo período de fome, há o problema da ida ao banheiro, já que também não há coberA nova determinação do Santander para rendição dos vigilantes está deixando a categoria em uma situação desumana. O banco decidiu reduzir o número de profissionais que fazem a rendição dos guardas das agências e somente um profissional pode ser substituído durante o expediente. Os demais só podem almoçar antes da abertura da agência ou depois da saída do último cliente. Além do longo período de fome, há o problema da ida ao banheiro, já que também não há cobertura nesta situação.
A medida foi instaurada pelo banco – para cortar custos – desde o último dia 1º para algumas empresas e será vigente a partir do dia 15. O Santander já foi questionado tanto por sindicalistas bancários, quanto por dirigentes dos vigilantes, mas não se responsabiliza. “Ligamos para o setor de Relações Sindicais do Santander assim que soubemos da medida, mas o banco diz que a responsabilidade é das empresas de segurança”, informou Alexandre Martins, funcionário do Santander e vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Petróplis. O Sindicato dos Vigilantes de Petrópolis já realizou até uma paralisação, no dia 05, véspera da greve dos bancários, para protestar contra a nova medida. “Aí, o banco quis abrir as agências sem movimentação de numerário. Não permitimos. Sem vigilante não tem expediente bancário. É uma questão de segurança tanto para os bancários, quanto para o público, e não abrimos mão disso”, acrescenta Alexandre.
O Sindicato dos Vigilantes de Niterói também já está agindo para resolver a situação, que acontece com os funcionários das empresas Transvip e Sunset. “Soubemos da nova ordem antes de ela entrar em vigor, mas precisamos esperar o dia 1º de setembro para confirmar. Como a medida realmente foi implementada a partir desta data, já no dia seguinte denunciamos tanto o Santander como as empresas de segurança ao Ministério Público do Trabalho e também entramos com pedido de mesa redonda na Superintendência Regional do Trabalho. Aqui em nossa base, mais de cem profissionais estão nesta situação, que é uma questão séria de saúde do trabalhador”, informa Cláudio José de Oliveira, presidente do Sindicato dos Vigilantes de Niterói e secretário-geral da confederação da categoria, a CNTV. O sindicalista também entrou em contato com o banco e com as empresas e o que ouviu foi um jogo de empurra. “O Santander diz que o problema é das empresas, as empresas dizem que o problema é do Santander. Não sabemos se é uma questão de contrato omisso, mas o fato é que a nova medida está prejudicando os trabalhadores e não vamos permitir que isso aconteça”, anuncia Cláudio.
No Rio de Janeiro, a medida já começou a provocar muitos problemas. Um diretor do Sindicato dos Vigilantes do município esteve na sede administrativa do banco no último dia 12 para entregar um ofício ao superintendente e conversou com os sindicalistas bancários que faziam o piquete na porta do prédio. “O ofício apresentado pelo sindicato da categoria ressalta que a nova medida põe em risco a saúde dos vigilantes. Mas o problema é maior. Segundo o dirigente dos vigilantes que esteve no prédio, cerca de cem trabalhadores já foram demitidos por causa da nova medida. Além da piora das condições de trabalho, a nova orientação do banco está provocando desemprego. O Santander, mais uma vez, faz economia às custas de quem trabalha para a empresa”, critica Marcos Vicente, funcionário do Santander e diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.
Fonte: Fetraf RJ/ES
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