quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Haverá emprego para trabalhadores de 65 anos?

Quantas pessoas de 65 anos você conhece que ainda estão no mercado de trabalho? É possível imaginar a resposta a partir de alguns dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (a Pnad Contínua do IBGE). Dos 20,2 milhões de trabalhadores com 65 anos ou mais, somente 13,4% compõem a força de trabalho: 13,1% deles efetivamente trabalhando e apenas 0,3% a procura de emprego. Os outros 87% estão fora do sistema.

Esses números ajudam a entender o caos que o mercado de trabalho brasileiro poderá viver caso a reforma da Previdência apresentada pelo governo Michel Temer venha a ser aprovada pelo Congresso Nacional. Isso porque a idade de 65 anos passa a ser a mínima para conseguir se aposentar – à exceção de bombeiros e militares, mantidos como casos especiais pela Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287.

O tempo mínimo de contribuição também aumentou de 15 anos para 25 anos. E aqueles que quiserem receber o teto do benefício, hoje estipulado em R$ 5.189,82, terão de contribuir ao Instituto Nacional de Seguridade Social, o INSS, por 49 anos ininterruptos – caso, por exemplo, de uma pessoa que começou a contribuir aos 16 anos e chegou aos 65 sem nunca ter ficado desempregado ou na informalidade.

Agricultores criticam idade mínima de aposentadoria 

A lei prevê, ainda, que a cada ano de elevação da expectativa de vida no país – para quem nasce hoje, a média é de 75,5 anos –, subirá a idade mínima exigida para fazer jus à aposentadoria.


Vamos ter problemas – A dificuldade de arrumar emprego a partir de uma certa idade é conhecida por qualquer trabalhador, seja porque viveu a situação, seja porque viu o pai, um irmão, um amigo ser barrado pelo crivo cruel do mercado de trabalho. Mas os números também ajudam a comprovar esse quadro: do saldo de 1,5 milhão de desempregados nos últimos 12 meses, 1,4 milhão estão na faixa entre 30 anos e 64 anos e um terço desse total está entre os 50 anos e os 64 anos.
Além disso, uma legião de cidadãos pode ter de se inserir no mercado para conseguir alcançar a aposentadoria. Se o dado a ser levado em conta forem aqueles que têm 60 anos ou mais, serão 29,6 milhões de pessoas, das quais somente 6,5 milhões estão trabalhando, de acordo com a Pnad.

A reforma, da maneira como foi apresentada pelo governo Temer, vai atingir 76% dos beneficiários que hoje estão dentro do sistema de previdência, ativos. Os outros 24% caem na regra de transição. A conta é do economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fausto Augusto Júnior. “As centrais trabalhavam a proposta de que mudanças valessem somente para os novos trabalhadores”, relata. “Vamos ter problemas”, resume, lembrando que o mercado de trabalho está encolhendo. “Teremos um grupo cada vez menor de empregos disputado por jovens e agora também por idosos”, explica.

A exemplo de outros especialistas, Fausto também considera que essa reforma compromete o sistema de seguridade do país que deveria garantir quem perdeu a capacidade laborativa, seja temporária (como grávidas, adoecidos) ou definitiva (acidentados, idosos). “É uma questão social: o mercado irá absorver, as empresas vão querer contratar esses trabalhadores que terão de ingressar no mercado?”, indaga, reforçando que vemos médicos, advogados, professores universitários, juízes, profissionais mais especializados avançados na idade. “Mas o grosso dos trabalhadores perde a capacidade laborativa, na construção civil, cortadores de cana, garis, trabalho árduo”, critica.


Vai virar assistência – Se a reforma é cruel com as pessoas, pode ser fatal também para o sistema de seguridade que afirma ter a intenção de preservar. “Propostas muito duras, como essa, vão acabar com a previdência constituída a duras penas em 50 anos”, diz o economista.

Ele explica que quando se colocam regras muito rígidas, um conjunto de pessoas que tem condição de contribuir, vai para o setor privado. “É uma proposta para desconstruir a previdência pública no Brasil, porque quem tiver alguma opção para efetivar a aposentadoria, vai migrar para a previdência privada. E um dos interesses do setor financeiro é levar para a previdência privada, para os bancos, parte das pessoas que hoje contribuem para a previdência social. Isso somado à pejotização da economia (trabalhadores que não têm registro em carteira de trabalho, mas são contratados como empresas, pessoas jurídicas) e à terceirização (também defendida pelo governo Temer) vai descapitalizar a previdência pública, que vai perdendo segurados. Com poucos recursos, ao longo do tempo, ela vai acabar servindo a um grupo menor e mais pobre. Deixa de ser previdência para virar assistência, um bolsa-família. E isso é assustador.”

Fonte: por Cláudia Motta, SPBancarios

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Confraternização dos Vigilantes reuniu milhares de pessoas em Petrópolis

Foi mais um grande sucesso a super festa de confraternização dos vigilantes da região Serrana (Petrópolis, Teresópolis, Três Rios e região). O evento, organizado pelo Sindicato dos Vigilantes de Petrópolis e região, aconteceu no domingo (18), na quadra da SISEP, (antiga Caempe), em Petrópolis, e reuniu cerca de 1.600 vigilantes e familiares, além de lideranças sindicais de todo país. O famoso sorteio de brindes presentou os trabalhadores com mais de 50 brindes. A criançada ganhou presente de natal (340 brindes) e ainda tirou fotos com o papai noel. O buffet completo delicioso e a apresentação de música ao vivo complementaram a comemoração.

Estiveram presentes o presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), José Boaventura, e os diretores da CNTV, Cláudio Vigilante (presidente do SVNIT), Amaro Pereira (presidente do Sind. Vigilantes de Barueri/SP) e Carlos Gil (presidente do Sind. Vig. Duque de Caxias).

O presidente da UGT/RJ, Nilson Duarte, também marcou presença. O Movimento Sindical de Petrópolis compareceu com representantes dos Sindicatos dos Bancários, da Saúde, dos Lapidários, dos Metarlúgicos, dos Porteiros, dos Têxteis, dos Vestuários e dos Servidores Públicos de Petrópolis.

O presidente do Sindicato, Adriano Linhares, exaltou a participação da categoria e a mobilização dos diretores. 

"Fizemos um trabalho com muito carinho e dedicação de todos os diretores da nossa entidade. Procuramos proporcionar um pouco de lazer para a nossa categoria que tanto sofre o ano todo. Quero agradecer a presença de cada um e também das nossas lideranças sindicais da CNTV e os Sindicatos parceiros que fortalecem a movimento sindical e o nosso Sindicato neste momento de ataques às leis trabalhistas que estamos vivendo no país. Ano que vem tem mais. Que todos tenham um 2017 de muita paz e conquistas", destaca Linhares.

Imprensa SindVig Petrópólis

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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Quadrilha que explodiu carro-forte e matou vigilante levou dinheiro, diz polícia

A quadrilha que explodiu um carro-forte na noite desta segunda-feira (12) no quilômetro 30 da rodovia Alkindar Monteiro Junqueira (SP-063), em Itatiba (SP), conseguiu fugir com parte do dinheiro do veículo, segundo a polícia. Um vigilante da empresa de segurança foi morto e dois policiais militares ficaram feridos.

Uma das vítimas, que foi baleada na perna, passará por cirurgia nesta terça-feira (13) na Santa Casa de Itatiba. O outro policial foi atingido de raspão e já foi liberado. Ninguém foi preso até o momento.

Em nota, a Protege, empresa responsável pelo transporte de valores, confirmou a morte de um colaborador durante a ação criminosa e o roubo do dinheiro, porém não divulgou o valor levado pelos ladrões.



"A empresa informa que está prestando toda a assistência necessária aos funcionários e aos familiares da vítima. A Protege esclarece ainda que está colaborando com as autoridades nas investigações em curso e tem como política de segurança não comentar sobre valores transportados em carros-fortes", completou a nota.

Entenda o caso


Ainda de acordo com a polícia, três carros-fortes passavam pela rodovia que liga Bragança Paulista a Itatiba quando foram abordados. Cerca de 15 criminosos que participavam da ação chegaram em dois carros e uma caminhonete. Eles estavam armados com fuzis e já chegaram atirando. A munição pesada ultrapassou a proteção do carro-forte.

Dois carros-fortes conseguiram fugir, mas um terceiro foi parado pelos ladrões e o motorista acabou caindo no barranco. O vigilante que estava ao lado do cofre foi baleado e morreu no local. O equipamento foi explodido pelo grupo, que fugiu com parte do dinheiro. Na fuga, eles encontraram com um carro da polícia que fazia ronda na rodovia e dispararam diversas vezes contra a viatura.

Ainda conforme a polícia, os veículos usados no crime foram encontrados durante a manhã queimados na cidade de Atibaia. Além do dinheiro, a quadrilha fugiu com duas espingardas e um revólver que eram dos vigilantes.

Fonte: G1

Alerta: 'PEC 55 vai desmantelar o SUS e agravar as desigualdades'

A saúde no Brasil após a aprovação e implementação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55 foi debatida hoje (8) por médicos sanitaristas, economistas e outros especialistas da área no Instituto de Estudos Avançados (IEE) da Universidade de São Paulo (USP). Em comum nas apresentações, a preocupação com os impactos do congelamento de investimentos federais ao Sistema Único de Saúde ao longo dos 20 anos de vigência da PEC.
O professor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP Fernando Rugitsky defendeu mudanças no sistema tributário para o equilíbrio fiscal. "São mais eficazes que a PEC 55", afirmou, lembrando estudo do Ipea que aponta uma receita de mais de R$ 43 bilhões ao ano com a cobrança de 15% sobre lucros e dividendos recebidos por donos e acionistas de empresas. Com a isenção concedida em 1995, no início do primeiro mandato de FHC, grande parte do que ganham os ricos não é tributada.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

MPF investiga relação de Cabral com transportadora de valores

Uma transportadora de valores no Rio é suspeita de ser o caixa-forte da propina recebida pelo ex-governador Sérgio Cabral e assessores. A denúncia está no requerimento do Ministério Público Federal.
Em junho de 2015, um incêndio atingiu a sede de uma transportadora de valores na Zona Portuária do Rio. O Ministério Público Federal suspeita que o grupo de Sérgio Cabral tinha dinheiro guardado na Trans-Expert e parte teria sido queimada. O incidente foi mencionado numa troca de e-mails entre o ex-secretário de Obras de Sérgio Cabral, Hudson Braga, e um assessor.

Hudson Braga pede informações sobre o contrato com a Trans-Expert. O assessor responde que a transportadora ainda está dedicada a resolver o sinistro e que vai ligar para dar uma previsão.

Para os investigadores, o diálogo indica que, em virtude do incêndio, o grupo de Sérgio Cabral teria perdido dinheiro.


A Trans-Expert já tinha sido alvo de uma operação da Polícia Federal que investigava o uso da empresa como instituição financeira clandestina.
Durante as buscas, foram encontrados papéis que vinculam a empresa de transporte de valores ao ex-governador Sérgio Cabral. Anotações com o nome de Hudson Braga e a cópia da declaração de Imposto de Renda de Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral.
“A suspeita é de que essa empresa de transporte e guarda de valores fosse utilizada como uma instituição financeira fraudulenta que guardava o dinheiro da organização criminosa amealhada através de corrupção e esses depósitos de uma empresa contratada por outra empresa de um investigado na verdade demonstra um fluxo do processo de lavagem de dinheiro”, diz o procurador da República Lauro Coelho Júnior.
Em dois anos, de 2013 a 2015, a Trans-Expert Vigilância e Transporte de Valores Ltda fez vários depósitos que somam mais de R$ 25 milhões na conta de uma outra empresa chamada Creações Opção Ltda. O endereço que aparece na nota fiscal é o mesmo de uma fábrica de roupas em Petrópolis, região serrana do Rio.
A Creações Opção, por sua vez, contratou serviços da empresa de consultoria Objetiva Gestão e Comunicação Estratégica Ltda, que é do ex-governador Sérgio Cabral. Em um ano, de 2015 a 2016, a Objetiva recebeu R$ 675 mil da Creações Opção.
O contrato e as notas fiscais não especificam o tipo de serviço prestado, o que, segundo os investigadores, é um indício de contrato de fachada.
O Ministério Público afirma que o dinheiro da propina percorria vários caminhos. Segundo os procuradores, a assessora de Sérgio Cabral, Sonia Ferreira Baptista, gerenciava a vida financeira e pessoal dele e de outros envolvidos no esquema.
Sonia Ferreira Baptista comprava bens no nome dela e mandava entregar nos endereços do ex-governador. O Ministério Público diz que gastos vultosos foram feitos para comprar portas, móveis, aquecedores.
O Ministério Público Federal suspeita que o escritório de advocacia de Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral, também tenha sido usado para ocultar o pagamento de propinas para a organização criminosa. No período em que o marido esteve à frente do governo do estado do Rio, os negócios da então primeira-dama cresceram e muito.
Um relatório da Receita Federal afirma que o patrimônio da mulher de Sérgio Cabral cresceu dez vezes entre 2005 e 2015. Em 2005, a então primeira-dama declarou no Imposto de Renda R$ 1,9 milhão em bens; em 2014, tinha R$ 13,5 milhões; e no ano passado passou para R$ 21,7 milhões.
A Receita Federal não identificou incompatibilidade entre a movimentação financeira e os rendimentos declarados. Mas o que intriga o Ministério Público é o desempenho do escritório da ex-primeira-dama. Em 2005, a receita bruta do escritório era de R4 1,8 milhão; em 2007, quando Sérgio Cabral assumiu o governo do Rio, a receita do escritório passou para R$ 2,6 milhões; e em 2015, saltou para R$ 17 milhões.
Segundo a Procuradoria, foi um "crescimento vertiginoso durante os dois mandatos" de Sérgio Cabral.
Nós não conseguimos contato com as defesas de Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo, de Hudson Braga, da empresa Trans-Expert e da Creações Opção. A ex-assessora de Sérgio Cabral, Snia Ferreira Baptista, desligou o telefone quando o nosso produtor se identificou.
Fonte: Jornal Nacional - TV Globo