A Polícia Federal realiza na manhã desta terçafeira
18 a quarta fase da Operação Registro Espúrio,
que investiga fraudes na gestão do Ministério do
Trabalho. Nesta etapa, são cumpridos dezesseis
mandados de busca e apreensão e nove mandados
de prisão temporária relacionados a desvios em
valores da chamada Conta Especial Emprego e
Salário (CEES).
Um dos alvos de mandados de busca e
apreensão na operação é o advogado Tiago Cedraz,
filho do ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de
Contas da União (TCU). Agentes vasculham a casa e
o escritório de Tiago. Um dos mandados de prisão
diz respeito a Bruno Galiano, sócio do advogado.
Tiago Cedraz foi citado algumas vezes na Lava
Jato e chegou a ser alvo de condução coercitiva na
45ª fase da operação, a Abate II, por suspeita de
recebimento de propinas de contrato da empresa
norte-americana Sargeant Marine com a Petrobras.
O advogado também foi citado em depoimento de
delação premiada do dono da UTC Participações,
Ricardo Pessoa. Conforme o empresário, Tiago receberia pagamentos de 50.000 reais mensais
para repassar à empreiteira informações do TCU
que envolvessem seus interesses.
Os mandados foram expedidos pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) e são cumpridos em
Brasília, Goiânia, Anápolis, São Paulo e Londrina.
As investigações indicam a atuação de uma
organização criminosa em entidades interessadas
em obter, de forma fraudulenta, restituições de
contribuições sindicais recolhidas indevidamente
da CEES.
Os pedidos de restituição eram manipulados
pelo grupo com o intuito de adquirir direitos a
créditos, conforme indicou também o Ministério da
Transparência e a Controladoria-Geral da União. Os
valores eram transferidos da CEES para as contas
bancárias das entidades, com posterior repasse
de um percentual para os servidores públicos e
advogados integrantes do esquema.
Os investigados responderão pelos crimes
de peculato, corrupção passiva, corrupção ativa,
falsificação de documento público e lavagem de
dinheiro.
Registro Espúrio
Em março, reportagem de capa de VEJA mostrou
como funciona a engrenagem de concessão de
registros sindicais no Ministério do Trabalho, com
o pagamento de propina a servidores indicados
politicamente por caciques de PTB e Solidariedade,
como Roberto Jefferson e os deputados Jovair
Arantes (PTB-GO) e Paulinho da Força (SD-SP).
Fonte: Veja
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