Editada pelo governo como forma de garantir empregos e
evitar demissões durante a pandemia do novo coronavírus, a Medida Provisória
(MP) 936 não garante estabilidade no cargo aos trabalhadores que aceitarem a
redução salarial temporária ou a suspensão do contrato.
Os trabalhadores, em especial os vigilantes da empresa
Hércules Vigilância e Segurança, que prestam serviços ao Sesc Petrópolis, já
perceberam que a Medida Provisória 936/2020, editada pelo Governo Bolsonaro,
não nem um pouco favorável para quem trabalha e depende do salário para sobreviver.
Acontece que, a Hércules já está se utilizando da medida
provisória e suspendendo contratos de trabalho de alguns funcionários e
reduzindo os salários.
O Sindicato dos Vigilantes de Petrópolis e região não foi comunicado
dos acordos e não concorda com a redução dos salários.
“Vamos cobrar tanto da empresa quanto do Sesc uma posição.
Muitos desses vigilantes terão os salários reduzidos e depois ainda podem
perder seus empregos. Queremos saber se o valor da fatura que o Sesc paga foi
reduzido ou se trata apenas de uma manobra da empresa para ter mais lucros prejudicando
o trabalhador”, afirma Adriano Linhares, presidente do Sindicato, que não
descarta acionar a Justiça do Trabalho.
Publicada no dia 1º de abril, a medida estabeleceu os
critérios de como devem ser realizadas as reduções salariais e de jornada por
até três meses.
Em seu artigo 10, o governo diz que “fica reconhecida
garantia provisória no emprego” pelo mesmo período do acordo – ou seja, o
trabalhador que tem redução salarial por dois meses, teria, na volta, seu
emprego garantido por outros dois meses.
No entanto, um parágrafo deste mesmo artigo permite a
demissão sem justa causa, desde que seja paga uma indenização (além dos
benefícios rescisórios já previstos na legislação trabalhista).
A medida também recebeu críticas por ser voltada mais para
as empresas do que para os trabalhadores. “Essa garantia oferecida pelo governo
na MP é quase um deboche. É como se o governo estivesse convidando os
empregadores a fazerem a demissão”, afirma Severo, da Associação de Juízes para
a Democracia.
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