Os desafios enfrentados
diariamente pelos trabalhadores do setor de serviços em todo o mundo foi tema
do encontro anual realizado pela Uni Sindicato Global na terça e quarta (3 e
4), em Liverpool, na Inglaterra. Os participantes da Conferência Global de Serviços
da Propriedade da UNI (UNI Property Services Global Meeting) compartilharam experiências vivenciadas em
cada país em relação à segurança, asseio e conservação. O presidente da
Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e o secretário de Relações Internacionais
da CNTV, Adriano Linhares, representaram o Brasil e, juntamente com
companheiros do Chile, a América Latina.
A situação da segurança privada
na América Latina foi abordada no segundo dia da Conferência. Os problemas
recorrentes enfrentados pelos vigilantes da Prosegur, os ataques das empresas
contra os trabalhadores e os sindicatos da Colômbia e do Paraguai, o
enfrentamento dos vigilantes do Peru e as constantes lutas dos companheiros
brasileiros foram destacados por Boaventura. Segundo ele, é fundamental que os
sindicatos estejam focados na valorização dos trabalhadores.
“Um exemplo claro disso é a
aprovação da lei da periculosidade, que reconhece nossa profissão como sendo de
risco. Não existe nada nestes parâmetros em nenhum outro lugar do mundo, apenas
no Brasil. Esta é apenas uma amostra do que é possível conquistar na questão de
valorização do trabalhador”, defendeu.
A organização dos sindicatos
também foi abordada por Boaventura. O relato apresentado por representantes do
Quênia, que em dois anos conseguiram uma entidade forte e combativa, reforçou
também a visão que o mundo tem dos sindicatos brasileiros. Neste quesito, não deve ser levada em consideração
apenas a questão salarial, mas diversos outros aspectos, demandas fortes da
categoria como o combate à humilhação e discriminação, fim do calote, luta em
defesa da própria vida. Para suscitar este debate, o presidente da CNTV propôs
à uni a realização de um debate internacional sobre os limites e diretrizes para
a segurança privada no mundo.
“No Brasil, por exemplo, estamos muitos
voltados para a defesa da vida, mas sabemos que em outras partes do mundo as
demandas são diferentes. Em diversos países a segurança privada é vista como
uma atividade paramilitar, de milícia. Não há parâmetros internacionais nem
mesmo da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre este tema”, criticou
Boaventura. “Somos referência para o mundo. Os companheiros do Quênia, por
exemplo, ficaram muito interessados em conhecer as experiências e conquistas
dos vigilantes brasileiros”, completou.
Brasil no Conselho Mundial da Uni
O companheiro José Moacyr
Pereira, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Serviços, Asseio
e Conservação (Fenascon), foi indicado para integrar o conselho mundial da Uni
Serviços da Propriedade, representando o setor de limpeza. A CNTV reconhece o
trabalho que vem sendo realizado por Pereira e deseja que sua atuação seja de
grande contribuição para os trabalhadores do setor.
Fonte: CNTV
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