terça-feira, 13 de outubro de 2015

13ª Conferência Nacional dos Vigilantes aprova carta compromisso e plano de lutas para 2016

Vigilantes de todo o país permanecerão firmes na luta pelo Piso Nacional de R$ 3 mil. Esta foi uma das deliberações dos participantes da 13ª Conferência Nacional dos Vigilantes realizada na sexta e sábado (2 e 3), em Maceió (AL). Ao final do evento, os presentes aprovaram uma carta compromisso para guiar a atuação das Federações, Sindicatos e da categoria de modo geral. Além da luta pelo Piso, também constam no documento a orientação de, em hipótese alguma, assinar qualquer tipo de Acordo ou Convenção que reduza o salário dos trabalhadores.

Para o presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), José Boaventura, o plano de lutas reflete o desejo da categoria em avançar cada vez mais nos mais diversos assuntos. “Algo que está claro para todos nós é que negociar salário não é suficiente. Nós, vigilantes, queremos sim salários dignos, mas também queremos condições dignas de trabalho, reconhecimento profissional, saúde, entre tantos outros itens importantes”, avaliou.

A carta compromisso contempla a construção de negociação coletiva nacional unificada, com data-base única, priorizando piso único, alimentação, plano de saúde e proteção à saúde física e mental dos vigilantes. Melhoria das condições de trabalho e segurança independentemente do segmento em que atuam também estão no plano de lutas.

Além disso, os vigilantes se comprometeram a buscar, além dos ganhos salariais, outros benefícios de interesse dos trabalhadores, como a efetiva implantação e ampliação do colete a prova de balas, cesta básica, Participação nos Lucros (PL – Participação nos Lucros), conforme facultado pela legislação vigente, entre outros; e ampliação dos valores referenciais do seguro de vida e a sua cobertura integral.

No plano da defesa da profissionalização os vigilantes decidiram promover uma campanha de valorização e melhoria da autoestima dos vigilantes, combatendo as condições inseguras, indignas, humilhante, precárias e todas as formas de agressão à dignidade da pessoa humana.

Sobre legislação, segurança e cidadania, ficou decidido lutar pela inclusão dos trabalhadores que atuam na ilegalidade e clandestinidade no mercado de trabalho da segurança privada; propor multas e outras penalidades, bem como a criminalização de quem contrata segurança irregular.

O documento aprovado pelos vigilantes contém 82 itens e tratam de ações a serem executadas tanto local quanto nacionalmente.

 “Entre tantos outros temas, nós reafirmamos aqui nosso compromisso com a jornada 12x36, Piso Nacional de R$ 3 mil, mais segurança, mais dignidade, mais valorização profissional para a categoria. Portanto, na campanha salarial de 2016, os patrões nos esperem. Vão encontrar uma categoria unida, mobilizada e, se precisar, que vai partir para a greve nacional”, avisou Boaventura.

Veja alguns dos itens presentes na carta.

Combater a realização de Horas Extras em quaisquer circunstâncias e, quando realizadas, pleitear o seu pagamento sempre com o acréscimo acima de 100%;

1.       Proibir todas as formas de banco de horas ou sistemas equivalentes;

2.       Lutar pelo efetivo cumprimento do intervalo intrajornada fixado no art. 71 da CLT, bem como, na Súmula 437 do TST, em todos os contratos de trabalho dos vigilantes, sem alterar as jornadas de trabalho, lembrando que no caso do TV, existem particularidades nas jornadas.

3.       Unificar conquistas e normas de procedimentos para os segmentos:

* Escolta armada

* Transporte de Valores;

* Segurança Eletrônica;

* Segurança pessoal;

* Bombeiros/brigadistas civis.

* Outros

4.       Lutar pela efetiva conquista da aposentadoria especial e o fim do fator previdenciário, negociar com o governo a regulamentação desse direito, com a consolidação do reconhecimento da mesma pelo INSS, acabando com as intermináveis demandas judiciais;


5.       Apoio Psicológico imediato: obrigar as empresas de vigilância a prestar atendimento psicológico aos vigilantes vítimas de violência ou qualquer outro trauma no ambiente de trabalho imediatamente após sua ocorrência. Obrigar as empresas de segurança a custear o atendimento e tratamento por profissional a livre escolha do trabalhador.  

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