A convite dos presidentes das comissões de Segurança Pública e de Economia da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputados Martha Rocha (PDT) e Waldeck Carneiro (PT), representantes dos Vigilantes como o Sindicato dos Vigilantes de Niterói, São Gonçalo e região, Petrópolis e região, Itaguaí e Duque de Caxias participaram de audiência pública nesta terça-feira (04/04). Os deputados vão solicitar ao Executivo a criação de uma Divisão de Roubos e Furtos de Cargas na Polícia Civil. A audiência pública debateu medidas de combate a esse tipo de crime.
Segundo números do Instituto de Segurança Pública (ISP) apresentados em um estudo da Federação das Indústrias do Estado (Firjan), entre 2011 e 2016 foram registrados mais de 33 mil roubos de cargas, o que representa um aumento de 220% nestes crimes, causando um prejuízo de R$ 2,1 bilhões. Ainda segundo o levantamento, a região Metropolitana concentra 94,8% dos casos.Apenas em 2016 foram mais de 10 mil casos. A Avenida Brasil foi considerao um dos principais focos de ações dos bandidos.
Para a deputada Martha Rocha, a criação de uma estrutura similar à Divisão de Homicídios vai ajudar a reduzir esses números. "Há uma forte concentração da mancha criminal na Pavuna, Pedreira, Fazenda Botafogo, mas que também alcança São Gonçalo e algumas partes da Baixada Fluminense. Se pudermos reproduzir o mesmo paradigma da Divisão de Homicídios na Divisão de Roubos e Furtos, vamos ganhar qualidade nas investigações e ter mais eficiência", explicou a parlamentar.
Especialista em Gerência de Competitividade e Investimentos da Firjan, Riley Rodrigues destacou que esse crime também prejudica o consumidor, que acaba pagando mais caro pelas mercadorias. Ele cobrou a implementação de medidas aprovadas pelo Legislativo, como a lei que determina a integração de informações de diferentes órgãos governamentais sobre os crimes. "É o estado com mais projetos contra roubo de cargas no legislativo. Só que é preciso que as matérias saiam do papel e se tornem reais", finalizou.
O presidente do SVNIT, Cláudio Vigilante, relatou a situação dos vigilantes de Escolta Armada e sugeriu que um grupo de trabalho seja constituído para discutir o transporte de cargas e a escolta armada permanentemente. “Temos uma série de pedidos de alteração da legislação já apresentadas na Polícia Federal em Brasília e à Câmara dos Deputados. Precisamos de um grupo de trabalho com todas as forças que seja sólido e se reúna permanentemente. Pedimos o apoio aos deputados estaduais para pressionar a bancada do Rio de Janeiro. Precisamos mudar a realidade dos carros de escolta armada, do calibre das armas, enfim, precisamo arrumar um jeito por que os empresários nos roubos perdem apenas as cargas, mas temos perdido muitas vidas de vigilantes também. Isso tem que acabar”, afirma Cláudio.
Durante a audiência pública foram apresentadas outras 15 propostas. Representantes da Policia Rodoviária Federal (PRF) e Sindicato das Empresas do Transporte Rodoviário de Cargas e Logística do Rio de Janeiro (SindCarga) pediram o aumento de penas para o envolvimento com roubo de cargas, a instalação de um posto policial na Pavuna, e o reforço do policiamento com a Força Nacional nas rodovias.
Operação conjunta
Segundo o Superintendente da Polícia Rodoviária Federal, Orlando Rodrigues, mais de 40% do roubo de carga no Brasil acontece no estado do Rio de Janeiro, que hoje tem um déficit de 350 agentes. "Por isso precisamos aumentar o efetivo. Com esse número a mais na equipe da PRF no estado conseguiremos dar uma resposta mais eficiente contra a violência do que estamos dando hoje", reforçou.
No dia 26 de novembro uma operação chamada "Asfixia" reuniu 66 policiais civis, 38 policiais militares, 30 policiais rodoviários e 112 homens da Força Nacional para combater as quadrilhas que atuavam ao redor das comunidades do Chapadão e da Pedreira, zona Norte do Rio. A reedição dessa parceria foi outra proposta apresentada na audiência.
Segundo o representante da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) da Polícia Civil, Thiago Dorigos, o objetivo era que a operação durasse até o carnaval. Mas, com a crise no sistema penitenciário, a Força Nacional precisou sair no mês de janeiro. Mesmo assim, os efeitos foram sentidos: Do início da "Asfixia" até o dia 6 de janeiro só foram registrados seis casos. "A ideia é que esta operação volte. Ela acarretou em uma redução significativa da violência nessa região", disse Thiago.
Participaram da reunião ainda representantes do ISP, dos Correios, da Federação dos Transportadores de Carga do Estado do Rio (Fetranscarga) e da Polícia Militar.
Fonte: Imprensa SVNIT com informações Assessoria Alerj
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