quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Contra patrões, TRT-10 rejeita figura do horista em julgamento do dissídio coletivo dos vigilantes do DF

Apesar da tentativa incansável dos patrões de implementar a figura do vigilante horista indiscriminadamente, os cinco desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-10) que julgaram a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos vigilantes do DF decidiram que a contratação pode ocorrer apenas para intrajornada. Isso significa que, ao contrário do que os empresários queriam, não será possível usar horista para cobrir trabalhador em férias, nem em auxílio doença ou licença maternidade. 

Desde o início da negociação o Sindicato dos Vigilantes do DF (Sindesv-DF) se posicionou contra o vigilante horista. Isso porque, ao contrário do que os patrões tentaram vender, não geraria empregos. Ao contrário, o número de demissões aumentaria, aumentando os riscos de precarização do trabalho. “Estamos prezando pelo emprego de pais e mães de família. Mesmo que tenhamos sido criticados por não aceitar o horista, é preciso deixar claro que, se tivéssemos aceitado, hoje haveria muita gente desempregada ou contratadas recebendo um salário de R$ 500, talvez até menos”, esclareceu o presidente do Sindesv-DF, Paulo Quadros. 

Foram aproximadamente cinco horas de julgamento e a CCT foi apreciada cláusula por cláusula. O reajuste para salário e tíquete alimentação foi de 6,58%, mas os desembargadores negaram o pagamento retroativo. “Reconhecemos que esse não é o ideal, mas infelizmente o Brasil tem vivido uma realidade devastadora para os trabalhadores e seus direitos. Felizmente conseguimos garantir reajuste e manutenção das cláusulas, o que já é uma vitória para todos”, avaliou Quadros.

Fonte: CNTV

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Senado vota projeto sobre transporte de valor

O Congresso Nacional pode restringir ainda mais a concorrência em um mercado já investigado por suposto cartel no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Primeiro item da pauta do Senado hoje, o projeto que institui o Estatuto da Segurança Privada e da Segurança das Instituições Financeiras traz, entre outras mudanças, um dispositivo que impede que bancos possuam companhias de transporte de valores. Para fontes ouvidas pelo Valor, o alvo é a TBForte, que pertence à TecBan, empresa que opera os caixas eletrônicos do Banco24Horas e tem como acionistas Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil (BB), Itaú, Santander, Bradesco e Citi. 

Hoje, a TBForte tem cerca de 5% do mercado, mas é vista como um competidor relevante. Documento obtido pelo Valor mostra que a entrada da TBForte em um pregão da Caixa em 2016 para atendimento de agências em São Paulo puxou para baixo os preços dos lances vencedores na comparação com pregão semelhante em 2011. A Caixa pagou até 59% menos pelo atendimento de uma superintendência regional a partir do pregão do ano passado. A menor queda foi de 44%. No período, a inflação acumulada foi de 38,6%. A única alta foi justamente no pregão do qual a TBForte não participou. O mercado de transporte de valores está concentrado em um punhado de empresas que juntas detêm 80%. Entre elas, está a Prosegur, de origem espanhola, que já foi punida por práticas anticoncorrenciais em seu país de origem. 

A Comissão Nacional dos Mercados e da Competição, o Cade espanhol, multou a empresa e uma filial em quase € 40 milhões (pouco mais de R$ 125 milhões) por dividir o mercado, tabelar preço e trocar informações sensíveis por sete anos. A decisão é de novembro do ano passado. Procurada, a Prosegur não comentou o assunto. No Brasil, a estrutura do mercado de transporte de valores é investigada pelo Cade após a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) denunciar um suposto cartel em uma licitação realizada em 2004 para atender unidades no Distrito Federal. De acordo com a denúncia, haveria a “combinação prévia dos preços praticados nos certames e intimidação dos concorrentes nos pregões presenciais, coagindo-os para que desistam de ofertar lances verbais”. O processo administrativo investiga 22 empresas, dois sindicatos e 17 pessoas físicas. 

Entre elas está a Confederal, controlada por uma holding cujo principal acionista é o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDBCE). Ao instaurar o processo, o Cade afirmou que “a gravidade dos indícios apontados requer sério empenho investigativo das autoridades responsáveis”. Procurada, a Confederal disse que não tem conhecimento sobre o assunto e, portanto, não pode comentar. Eunício afirmou, em nota, que é contra qualquer restrição à livre concorrência. Além disso, o Cade já condenou empresas do setor por infringir a ordem econômica. A Proforte teve que desembolsar R$ 2,719 milhões por abusar de sua posição dominante no transporte de valores para a Caixa em Goiás. 

A Rodoban também teve que pagar R$ 318 mil por comportamento semelhante em Belo Horizonte. O risco representado pela entrada de bancos no setor foi reconhecido pela Prosegur no seu prospecto de IPO. Ao elencar os riscos para a empresa, ela incluiu a criação de empresas do ramo por bancos e outros clientes das transportadoras de valor. A Associação Brasileira de Empresas de Transporte de Valores (ABTV) defende a aprovação da regra. “A Tecban, com a TBforte, é competidora das empresas em determinadas localidades e é cliente das empresas em outras. Quando faz cotação, ela tem abertura de preços de todas as empresas. Não tem limitação de governança da TecBan de usar essas informações onde elas prestam serviço”, apontou o diretor jurídico da entidade, Rubens Schechter. 

Para a ABTV, não há problemas em bancos realizarem o serviço de transporte de valores organicamente, ou seja, que assumam o transporte apenas para atividades próprias. O ponto defendido pela entidade patronal é que essas empresas orgânicas não podem atuar no mercado como um todo e passar a competir com transportadoras que prestam serviços a terceiros. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) é favorável ao projeto como um todo, mas contrária ao artigo que restringe a atuação de bancos. Em outubro, o diretor da Febraban, Leandro Vilain, ressaltou que o projeto tem méritos e foi bastante discutido, principalmente durante sua tramitação na Câmara dos Deputados. Mas argumenta que esse ponto em específico desmantela a atuação da TBForte e assegura uma reserva de mercado justamente aos maiores grupos já existentes. 

Originalmente, o projeto, de 2010 e cujo autor é o hoje prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella (PRB), visava estabelecer um piso nacional aos trabalhadores de empresas de vigilância e transporte de valores. Foi bastante alterado ao longo dos anos até chegar ao formato atual. O assunto movimenta um lobby pesado no Senado. A votação na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), último passo antes do envio da matéria ao plenário, foi um bom exemplo. Em uma véspera de feriado, 17 senadores compareceram às 9h da manhã à sessão do colegiado - horário normalmente pouco prestigiado - para dar aval ao projeto. Um destaque para derrubar o artigo que afeta a TecBan foi apresentado, mas derrotado. 

Relator do projeto, o senador Vicentinho Alves (PR-TO) alega que, pela proposta, os bancos podem ter as suas empresas orgânicas para transportar os seus serviços. Mas não para terceiros. A princípio, a matéria ainda deveria passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Mas a aprovação de um pedido de urgência permitirá que o parecer de constitucionalidade seja dado direto no plenário, onde também será votado o mérito da proposta. Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Romário (ProsRJ) devem apresentar requerimentos para que o texto seja discutido pela CCJ. Se aprovado, o projeto segue para sanção presidencial. 

Fonte: Valor Econômico

Estatuto da Segurança Privada continua pautado para votação no Senado

Pautado para ser votado no Plenário do Senado Federal desde a semana passada, o SCD nº 6/2016, conhecido como Estatuto da Segurança Privada, pode finalmente ser apreciado nesta quarta-feira (6). O atraso na votação se deve por divergências em relação a Transporte de Valores e atuação de portadores de deficiência física, questões que, para a Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), podem ser superadas. 

Foi incluída na proposta de supressão a isenção de empresas de segurança privada de cumprirem a lei de cotas para deficientes e menores. Sobre a idade, a CNTV não se opôs, uma vez que para exercer a atividade de vigilante é necessário ter no mínimo 21 anos. Sobre a tentativa de descumprirem a lei de cotas, a CNTV já se posicionou contrária e continua trabalhando pela inclusão. “O senador Paulo Paim é grande defensor dessa questão e já se propôs a apresentar um Projeto de Lei para especificar essa questão não apenas na segurança privada, mas em outros setores também”, esclareceu o presidente da CNTV, José Boaventura. 

“Precisamos acabar com o estigma de que deficientes físicos não podem atuar na segurança privada. Temos visto modelos de sucesso na Colômbia, Argentina e outros países. Para nós, esse é um assunto com solução objetiva”, declarou. 

Outro item que tem gerado debate e atrasado a votação é a proibição de bancos possuírem ações em empresas de Transporte de Valores. A CNTV pediu supressão por entender que os trabalhadores não podem ser contaminados e ter tantos avanços impedidos com base em um problema de disputa de mercado. 

Há ainda uma incorreção no texto que saiu da CAS, que foi a permissão de cooperativas de trabalho. “O relator Vicentinho já se comprometeu a corrigir isso porque não admitimos cooperativas ou autônomos no nosso setor. Resolvido isso, o Estatuto tem nosso total apoio, pois cria emprego na área de parques públicos, monitoramentos e eventos, além de atualizar a lei vigente há 34 anos”, afirmou Boaventura. 

Além de Boaventura, acompanham as discussões no Senado os diretores da CNTV José Inácio Cassiano de Souza, Márcio Figueredo, Chico Vigilante, além dos companheiros no Sindicato dos Vigilantes do DF (Sindesv-DF).

Fonte: CNTV

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Vereadores aprovam lei que obriga vigilantes 24 horas nos bancos casas lotéricas de Petrópolis

Os vereadores de Petrópolis aprovaram por unanimidade, em segunda votação, o projeto de lei que institui a obrigatoriedade de vigilantes 24 horas em agências bancárias, casas lotéricas e demais órgãos do sistema financeiro de todo município. A lei segue para sanção do prefeito Bernardo Rossi (PMDB).
Dezenas de vigilantes participaram da votação que aconteceu nesta quinta-feira (30/11) para pressionar os parlamentares na aprovação do projeto. Com a nova lei, 60 novos empregos podem ser gerados imediatamente na cidade.

"Ganhamos mais uma batalha importante para a categoria. A proposição do projeto de lei do vigilante 24 horas nos bancos foi do Sindicato. Todos os trabalhadores e a nossa diretoria estão de parabéns. Agradecemos os vereadores que entenderam a necessidade e votaram com os vigilantes", destaca Adriano Linhares, presidente do Sindicato dos Vigilantes de Petrópolis e região.

Em outubro, a Câmara de Vereadores de Teresópolis, outro município que integra a base do Sindicato, aprovou também por unanimidade o projeto de lei que obriga as agências bancárias e casas lotéricas a contratar vigilantes 24 horas, inclusive nos finais de semana.

Fonte: Imprensa SindVig Petrópolis