segunda-feira, 6 de março de 2017

O que tem as mulheres para comemorar no dia 08 de março?


O 8 de março, Dia Internacional da Mulher, é momento para mostrar a toda sociedade a resistência contra a Reforma da Previdência. O governo Temer demonstra a cada dia seu autoritarismo e não mede esforços em aplicar o projeto neoliberal de austeridade, custe o que custar.

Frequentemente, denunciamos que a classe trabalhadora pagará com seus direitos, conquistados a duras penas nas suas lutas históricas, o preço desse plano de contrarreformas. Sem dúvidas, as mulheres têm motivos para encabeçar a batalha que vem com o processo de aprovação da PEC da Previdência.

Reforma da Previdência prejudica ainda mais as mulheres

Fixação da idade mínima de 65 anos para homens e mulheres
 Sob o pretexto de que mulheres, em média, tem uma expectativa de vida maior (sete anos a mais) do que os homens, o governo quer aprovar a idade mínima. Isto significa que as mulheres, em empregos urbanos, trabalharão mais cinco anos (hoje a idade mínima é de 60 anos); se forem servidoras públicas ou trabalhadoras rurais, trabalharão mais 10 anos; se forem professoras da educação básica, mais 15 anos!

O projeto omite o trabalho doméstico socialmente realizado pelas mulheres
O projeto que orientou, no período da redemocratização no Brasil, a diferenciação da idade mínima de aposentadoria para mulheres e homens, considerou, como política de equidade, a realidade de que mulheres são submetidas a muito mais horas de trabalho doméstico não remunerado (manutenção da casa e socialização dos menores) do que os homens e por essa razão foi reconhecido o direito feminino à idade mínima mais baixa. As mulheres trabalham, de modo não remunerado, mais que o dobro dos homens.

O projeto ignora que mulheres são mais mal remuneradas
A reforma da previdência torna ainda mais aguda a realidade de discriminação salarial. As mulheres inseridas no mercado formal de trabalho têm renda mensal, em média, que corresponde a 75% da renda masculina. No mercado informal o cenário é ainda mais drástico: a renda é de 65% da dos homens.

Mulheres negras seguem sendo submetidas à escravização contemporânea
As mulheres negras, a quem sistemicamente são relegados os piores e mais precarizados postos de trabalho, como o emprego doméstico, mal poderão usufruir as mudanças recentes da lei trabalhista. Muitas mulheres iniciam o trabalho antes de completar a maioridade. Mas isto não será o bastante para que se aposentem antes dos 65 anos com a nova fixação da idade mínima, e ainda terão que contribuir com a previdência necessariamente durante 25 anos.

Os trabalhos informais e precários têm rosto de mulher
Segundo dados do Censo IBGE de 2010, a taxa de formalização do emprego entre as mulheres é menor do que a dos homens. Entre 2000 e 2010, houve um crescimento de 9,2% da formalização do trabalho masculino e apenas 6,6% do trabalho feminino.

Penalização das professoras da educação básica contra as orientações internacionais
As mulheres ocupam cerca de 80% das vagas de professores da educação básica no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o direito à aposentadoria especial a esta categoria pelo desgaste físico e psicológico. O ataque à educação por meio das reformas educacionais vai ao encontro da reforma da previdência e da reforma trabalhista. As professoras terão de trabalhar 15 anos mais para se desligarem das salas de aula.

Que os capitalistas paguem pela crise! Nenhum direito a menos para as mulheres!

O governo, para justificar a reforma, diz que é necessário deter o “rombo” enorme que a Previdência Social representa no orçamento público. Irá jogar nas costas do povo as contas do ajuste. No entanto, o governo se esquece de cobrar as dívidas milionárias com a Previdência de grandes conglomerados capitalistas que sugam o suor do trabalhador. O governo Temer retrocede violentamente no direito das mulheres, pobres e trabalhadoras. É hora de se levantar contra esses ataques aos direitos das mulheres.

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